sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Fim dos exames

Ola a todos, benvindos a mais uma edição do meu blog (o corrector automatico do meu computador acaba de sugerir que eu troque "benvindos" por "betinhos).
Ontem entreguei o meu ultimo exame o que fez de mim um feliz rapaz em férias.
Como tal, toca a aproveitar. São 4:30 da manhã, vou agora apanhar um avião para Oslo que será o ponto de partida de uma nova voltinha pela Europa. É exactamente isto que acontece a quem paga barato pelos aviões. Sujeitamo-nos a estes horários. É como diz o outro, "o barato sai caro". Ontem ouvi uma óptima expressão deste género dita por uma velhota a uma jornalista. "É como diz o outro" - diz ela - "isto é uma faca de dois legumes".
E É MESMO.
Antes de acabar este post tenho que vos deixar mais uma imagem da vista dos meu quarto, tirada ontem.
Já cá estou há 5 meses (quase 6) e ainda não deixei de me espantar com a vista brutal que tenho.
A fotografia que pus agora no cabeçalho do Blog também me espanta bastante, embora não a tenha tirado do meu quarto.




P.S. Alguém me avise quando nasce o meu sobrinho novo!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O

O post que se segue foi escrito na integra pelo Manuel que, por estar em Bergen como eu, ganhou o direito aos seus 15 minutos de fama no meu Blog.

No sábado passado, ao acordar, reparei que já estava com o cabelo demasiado grande. Ir a um barbeiro norueguês estava fora de questão, pois para além de ser caro, existe uma alta probabilidade da pessoa sair de lá e ser confundida com o Cristiano Ronaldo. Foi então que me lembrei que o Martim tem uma máquina de rapar o cabelo. “Perfeito” pensei eu, “é rápido e não gasto dinheiro”. Como o Pedro já tinha tido essa ideia uns dias antes, a máquina estava a viver no quarto dele. O que era ainda melhor: ia ter alguém para me ajudar e evitar assim algumas ginásticas complicadas típicas de quem corta o cabelo a si próprio. Nessa tarde, lá fui eu ter ao quarto do Pedro para dar início ao processo. O primeiro passo, e mais importante, é escolher o tamanho na máquina. Como neste país faz frio, e eu não queria ficar com o cabelo demasiado curto achei que o maior tamanho – oito – se adequava perfeitamente. Com um balde à minha frente e a cabeça inclinada para o mesmo, começou o “ceifar da trunfa”. De vez em quando tinha que interromper e ir ver ao espelho se estava a rapar bem, pois o fio da máquina não permite as duas coisas em simultâneo. E tudo corria dentro da normalidade. Quando acabei de fazer o que conseguia sozinho, entrou o Pedro em acção. Pegou na máquina, tirou-lhe a pecinha que faz a diferença entre “máquina oito” e “máquina zero”, e começou a tirar alguns cabelos que só saem dessa maneira. Um pouco como fazem os barbeiros profissionais com uma lamina. Mais uma vez, tudo normal.

Quando tudo acabou, eu resolvi ir ao espelho (por uma questão de precaução) para ver se tudo tinha ficado bem feito. À primeira vista, tudo normalmente bem cortado. Mas quando olhei melhor, reparei que uns quantos cabelos, num deliberado acto de rebeldia, tinham ficado por cortar, erguendo-se majestosamente no topo da minha cabeça. E eu, determinado em resolver a situação, peguei na máquina para atacar os dissidentes com firmeza. Já fora do alcance do espelho, calculei mais ou menos onde eles estavam e enfiei a maquina por ali a dentro.

Curiosamente, caíram no balde mais cabelos do que o costume. Estranhando, e meio hesitante, resolvi levar a mão a cabeça. “Falta aqui qualquer coisa…” pensei eu. E foi então que me apercebi que aqueles cabelos rebeldes não só se tinham ido embora, como com eles foi também um número considerável de inocentes. A máquina, implacável, tinha ceifado tudo pela raiz, abrindo uma clareira no topo da minha cabeça. Quando percebeu o que aconteceu, o Pedro saltou imediatamente para o meu lado, de câmara de filmar em punho. Entre risos, tentava captar o delicioso momento, e lutava contra a minha resistência. Finalmente lá deixei que se filmassem uns escassos segundos, contra minha vontade.

No fim desta cena, só restava uma dolorosa solução: rapar tudo o resto com a assassina maquina zero. E assim aconteceu. Comecei por ficar parecido com aqueles monges da idade média que só deixavam uma franjinha ridícula a toda a volta da cabeça, e acabei igual à Fernanda Serrano. Acho que nunca tive tanto frio, é impressionante. Neste momento o gorro é o meu melhor amigo, só tenho pena que algumas pessoas achem que estou a ir para a natação quando passo por elas lol.

O (Video)

AVISO: LER PRIMEIRO O TEXTO, VER O VIDEO DEPOIS.

O FILME NÃO ESTÁ COM MUITO BOA QUALIDADE PORQUE NÃO QUIS PERDER MUITO TEMPO A PÔ-LO AQUI. AINDA ASSIM VÊ-SE BEM.

NA ÚLTIMA CENA, CONVENCEMOS A VALERIA, VIZINHA DO MANUEL, A EXPERIMENTAR O GORRO (SÓ PARA VER SE LHE FICAVA BEM).


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Blogger passou-se! O meu último Post estava todo marado (pelo que foi reformulado). Aposto que o Blogger nunca viu a Aurora Boreal

Finalmente encontrei tempo para actualizar decentemente o Blog. Neste momento estou no avião, a caminho de Bergen. Tromso foi brutal. Quando chegámos não estava muito bom tempo mas logo melhorou, o que possibilitou condições decentes para a nossa viagem. Ficámos a dormir no Tromso Camping onde alugámos uma cabana de 4 baratuxa para preços Noruegueses.

A cidade em si não é muito grande mas tem das melhores paisagens que já vi. Logo no primeiro dia fomos a um miradouro onde ficámos a manhã toda (ou seja, quando descemos já era noite...). O Sol desaparece antes da uma e aparece por volta das dez da manhã. Ainda assim, ainda há um periodo razoável sem Sol mas com luz. Os dias curtos distorcem tudo: nunca sabemos se estamos com fome ou não ou mesmo com sono. Num dos dias quinámos todos às 5:30 da tarde! No outro, ao apercebermo-nos que já eram 1:30 da manhã, a Teresa disse a seguinte expressão (que mais tarde ficou famosa): "Aiiiii, Javali!"

É uma confusão para o organismo andar aqui sem relógio. E os relógios aqui... Coitados. Nunca desconfiei assim de ninguém. Básicamente, descofia-se tanto, que acabámos por os tirar. Foi uma relação Amor-Ódio.

À noite aproveitámos, claro, para ver as Northern Lights, também conhecidas como Aurora Boreal (ou, como o Manel dizia até ontem, Aurora Boleal). Não tivemos imensa sorte visto que não apanhámos nenhum dia espectacular mas deu para ver o céu a ficar verde e com movimento a meio da noite. Num dos dias fomos para uma ex-tenda dos índios (samis), fizemos uma fogueira, sentámo-nos em cima de peles de rena a beber chá e comer bolo esperando pelas luzes. Foi mega-ri-fixe.

Ontem fomos a uma terra aqui ao pé - Finsness - de barco fazer hiking. Passámos a manhã toda a subir uma montanha onde o caminho já estava todo congelado. Houve malhos, claro, mas ainda chegámos a tempo do pôr-do-sol (meio dia, mais ou menos...). E óbviamente quem foi a campeã dos malhos?

Mariana, claro! Caiu 6 vezes! SEIS! Eu e a Teresa mandámos cada um o seu malho e o Manu nunca caiu porque, como é um menino, evitou o gelo e ia sempre por caminhos maiores no meio do bosque!


E agora, toca a trabalhar que amanhã tenho uma apresentação!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Depressão Pós-Russia e Tromso, 56º N

Olá a todos. Já há uns dias que não escrevia nada aqui. Começo por vos contar como foi chegar da Rússia. A minha primeira reacção ao voltar a pôr os pés em Bergen foi boa. Já me sinto mesmo em casa neste sítio e quando cheguei foi mesmo isso que pensei: "A minha cidade, os meus sítios, o meu passe dá para estes autocarros, a senhora da caixa do supermercado está mais magra!". É giro ver que já pertenço aqui. No entanto, depois de dias tão agitados e aventureiros, voltar à terrinha pode desmoralizar... E desmoralizou! Na semana seguinte tive alguns momentos de noia em que não sabia bem o que fazer. Admito que foi quase como que me estivesse a adaptar outra vez. Foram os dias mais difíceis que cá passei. Dito assim parece que foram 15, mas foram, no máximo 2. Num desses dias aconteceu uma coisa gira.

Como já tinha dito aqui, não há nada melhor que uma musica pimba para matar as saudades. Baseado neste princípio bem verdadeiro, pus-me a fazer o jantar a ouvir os meus sons portugueses. Como sabem, a minha cozinha é partilhada, mas eles são todos estrangeiros (excepto um Português que não estava) e é lhes igual se eu estiver a ouvir Mariza ou Ruth Marlene. Isto foi só um à parte, porque eu nesse dia estava sozinho. Lá estou eu a cozinhar quando o meu iPod, que me conhece tão bem, decide tocar "Mestre da Culinária" do grande Quim Barreiros. QUE CLIMAX. Era o sal numa mão, pimenta na outra, cebolas a voar pró refogado, margarina a deslizar na outra panela e eu com um acordeão nas mãos feito com uma embalagem de pão de forma meia vazia. Nos meus pensamentos, eu já estava quase no palco da queima das fitas de Coimbra quando noto que, tal como nesse grande evento, ali, na minha cozinha também há público. Claro que fiquei um bocado envergonhado, mas não muito. "Eles não fazem ideia quem é o Quim" - pensava eu... ERRADAMENTE. Eram Tugas!!! Que horror! Felizmente eram do Alentejo e só foram a Lisboa uma ou duas vezes... Já estava a imaginar todo o meu projecto de vida estragado por uma embalagem de pão em forma disfarçada de acordeão. Estavam ali à procura de um amigo qualquer que é português mas que eu não sei que é.

Foi um bocado chato. Mas continuando...

O Outono chegou em força a Bergen e chovem folhas como eu nunca vi. Chovem folhas mesmo. Onde quer que se esteja há folhas a cair não sei de onde.

Hoje chega a Mariana e vamos com o Manu e a Teresa Saldanha para Tromso, a cidade mais a Norte do Mundo (esta afirmação pode provocar controvérsia. Há outros sítios mais a Norte, mas esta é a grande cidade mais a Norte do Mundo).

Não pesquisem "Tromso" na Internet. Faz frio só de saber onde é...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

From Russia With Love (Parte II, ler primeiro a parte I, em baixo)

Chegámos a Moscovo e, embora estivessem menos 2 graus, andei de T-shirt a manhã inteira. Desperdicei um bocado a visita guiada da manhã porque estava cansado demais e, assim como toda a gente com excepção da guia e do motorista, adormeci no autocarro. Só me lembro de chegar ao hotel e ouvir a guia a acordar-nos após 3:30 de desprezo.

Em Moscovo fomos ao Ballet russo com os nossos amigos Exchange mas, à saída, perdemo-nos deles. Fui com o Manu ao Sushi.

(preparem-se para esta história)

Chegamos lá e, após nos dizerem que têm menus em Inglês, trazem-nos um em russo para a mesa. Nós pedimos à Sra. a versão inglesa mas ela disse que traduzia e eu perguntei-lhe se este prato era sushi ou sashimi, frito ou cozido, “blá, blá, blá”. Estávamos com pressa porque queríamos ir para a noite e, por isso, encomendámos o prato mais barato do menu russo. Esperámos meia hora e o prato, que era o mais barato, nunca mais chegava. De repente chegam dois pratões gigantes com umas 30 peças de sushi cada. “Comer na Russia é mesmo barato, pensámos nós”. Mandámos vir mais um prato igual.

Quando chega a conta, em vez dos esperados 900r que íamos pagar, recebemos 5100 (quase 150 euros)!

Chamo a empregada, que diz não percebeu que prato é que queríamos por isso escolheu um (curiosamente o mais caro). Eu disse-lhe que nunca iria pagar aquele valor e que, se ela não percebeu que prato tinha sido pedido, era um problema dela visto que eu não percebo russo.

A mulher era tão burra que aquilo não podia ser esquema. Só dizia “ but I brought you Sashimi becauce we talked about it…” e eu estava-me a passar. Depois dizia, “Well, I understand your point of view but you ate the sashimi so now you’ll have to pay”. E eu sempre a recusar. Passado um bocado ela aparece com uma conta nova. Diz que falou com a chefa que lhe disse que eles tinham de fazer uma conta nova porque nós tínhamos razão.

Abro a conta: 4500!

Fiquei no restaurante pelo menos 1:30 a resolver isto. Acabamos por pagar 1200, mas eu tinha pago 4000 a alguém que tivesse levado aquela mulher para a Ilha da Pascoa e a deixasse lá para sempre.

Agora que penso nisso, se calhar foi ali que clonaram o meu cartão… Não. Aí quem pagou foi o Manel. Devem ter clonado o meu ao almoço e o dele ao jantar.

Saímos do restaurante, tardíssimo, chateados mas de barriga muito cheia! A depressão apoderou-se de nós. Perdemos a saída à noite Exchange em Moscovo porque ficámos a discutir com a mulher. Estava a chover torrencialmente e ninguém nos queria dar boleia para o hotel. Todos os transportes já tinham fechado e o hotel era nos subúrbios (tipo 2h a pé, para quem sabe o caminho).

Senti muito a falta do meu Dudu (carro Daweoo).

Daí, e graças à nossa veia musical, veio uma música inspirada no Boom Boom Boom Boom (dos Vengaboys) que glorifica o Daweoo que nos salva destes momentos chuvosos e tristes em Lisboa.

Era assim:

Dudu Dudu
Dá pra sentar o cu
Para ir prá faculdade
A toda a velocidade

...

Foi então que eu literalmente enfiei a pata na poça e fiquei molhado ate ao gémeo. Desta vez, inspirados pelos SantaMaria e o seu famoso tema “Há um mar à solta nas areias deste mar”, fizemos um videoclip:


Para quem não percebeu:

Há uma poça à solta nos passeios desta rua
Tudo gira à minha volta
Não há táxis, Tou Lixado!

Ohhhh
AS PINGAS DA CHUVA!

Bem, depois de muita chuva e muito penar, lá arranjámos um homem que nos deixou no hotel. Foi giro porque, quando chegámos lá, ninguém tinha ido sair.

No dia seguinte fomos visitar tudo. Moscovo é também uma cidade brutal mas já estávamos a ficar cansados da desorganização russa. Fomos ao Kremlin e à Praça Vermelha, visitamos as ruas todas mais importantes e as Igrejas mais conhecidas. Às 11h da noite fomos embora para Helsínquia que foi, para mim, a pior cidade do norte.

(por isso não vou perder tempo a contar-vos como foi).

Um alto barcão trouxe-nos de volta a Stockholm onde passámos dois óptimos últimos dias. A Joana (da UCP) arranjou acolhimento para nós e ficámos em casa duns amigos dela da Nova. Ela fez anos na 2ª, pelo que houve um bom jantar tuga para comemorar. Stockholm é uma das melhores cidades do Norte da Europa. Moderna mas não muito industrial e bastante jovem. Fomos ao museu do Nobel (bastante fraco quando comparado com o de Oslo, só sobre o prémio da Paz), ao ex-palácio dos reis e outros sítios giros.

Uma das melhores coisas que fizemos foi passar no Ice Bar. O primeiro bar do mundo inteiramente construído em gelo, com temperatura ambiente de -5ºC. O bilhete dá direito a uma roupa de esquimó, luvas e uma bebida. Óbvio que o bar é lindo e que adorámos.

A barman adorou-me desde o momento em que eu lhe disse “This is so cool”.

P.S.: "Há um mar há solta nas areias deste mar" é de facto do mais desnexo que há.
Era como dizer "Há um azeite há solta nas alfaces deste... Azeite (supostamente era salada mas assim já fazia algum sentido"
Infelizmente, neste campo do non-sense, a nossa música ficou muito atrás dos SantaMaria.

FOTOGRAFIAS DA VIAGEM:
http://www.facebook.com/album.php?aid=130642&id=665626431&l=dd6a741d18