quinta-feira, 22 de outubro de 2009

From Russia With Love (Parte II, ler primeiro a parte I, em baixo)

Chegámos a Moscovo e, embora estivessem menos 2 graus, andei de T-shirt a manhã inteira. Desperdicei um bocado a visita guiada da manhã porque estava cansado demais e, assim como toda a gente com excepção da guia e do motorista, adormeci no autocarro. Só me lembro de chegar ao hotel e ouvir a guia a acordar-nos após 3:30 de desprezo.

Em Moscovo fomos ao Ballet russo com os nossos amigos Exchange mas, à saída, perdemo-nos deles. Fui com o Manu ao Sushi.

(preparem-se para esta história)

Chegamos lá e, após nos dizerem que têm menus em Inglês, trazem-nos um em russo para a mesa. Nós pedimos à Sra. a versão inglesa mas ela disse que traduzia e eu perguntei-lhe se este prato era sushi ou sashimi, frito ou cozido, “blá, blá, blá”. Estávamos com pressa porque queríamos ir para a noite e, por isso, encomendámos o prato mais barato do menu russo. Esperámos meia hora e o prato, que era o mais barato, nunca mais chegava. De repente chegam dois pratões gigantes com umas 30 peças de sushi cada. “Comer na Russia é mesmo barato, pensámos nós”. Mandámos vir mais um prato igual.

Quando chega a conta, em vez dos esperados 900r que íamos pagar, recebemos 5100 (quase 150 euros)!

Chamo a empregada, que diz não percebeu que prato é que queríamos por isso escolheu um (curiosamente o mais caro). Eu disse-lhe que nunca iria pagar aquele valor e que, se ela não percebeu que prato tinha sido pedido, era um problema dela visto que eu não percebo russo.

A mulher era tão burra que aquilo não podia ser esquema. Só dizia “ but I brought you Sashimi becauce we talked about it…” e eu estava-me a passar. Depois dizia, “Well, I understand your point of view but you ate the sashimi so now you’ll have to pay”. E eu sempre a recusar. Passado um bocado ela aparece com uma conta nova. Diz que falou com a chefa que lhe disse que eles tinham de fazer uma conta nova porque nós tínhamos razão.

Abro a conta: 4500!

Fiquei no restaurante pelo menos 1:30 a resolver isto. Acabamos por pagar 1200, mas eu tinha pago 4000 a alguém que tivesse levado aquela mulher para a Ilha da Pascoa e a deixasse lá para sempre.

Agora que penso nisso, se calhar foi ali que clonaram o meu cartão… Não. Aí quem pagou foi o Manel. Devem ter clonado o meu ao almoço e o dele ao jantar.

Saímos do restaurante, tardíssimo, chateados mas de barriga muito cheia! A depressão apoderou-se de nós. Perdemos a saída à noite Exchange em Moscovo porque ficámos a discutir com a mulher. Estava a chover torrencialmente e ninguém nos queria dar boleia para o hotel. Todos os transportes já tinham fechado e o hotel era nos subúrbios (tipo 2h a pé, para quem sabe o caminho).

Senti muito a falta do meu Dudu (carro Daweoo).

Daí, e graças à nossa veia musical, veio uma música inspirada no Boom Boom Boom Boom (dos Vengaboys) que glorifica o Daweoo que nos salva destes momentos chuvosos e tristes em Lisboa.

Era assim:

Dudu Dudu
Dá pra sentar o cu
Para ir prá faculdade
A toda a velocidade

...

Foi então que eu literalmente enfiei a pata na poça e fiquei molhado ate ao gémeo. Desta vez, inspirados pelos SantaMaria e o seu famoso tema “Há um mar à solta nas areias deste mar”, fizemos um videoclip:


Para quem não percebeu:

Há uma poça à solta nos passeios desta rua
Tudo gira à minha volta
Não há táxis, Tou Lixado!

Ohhhh
AS PINGAS DA CHUVA!

Bem, depois de muita chuva e muito penar, lá arranjámos um homem que nos deixou no hotel. Foi giro porque, quando chegámos lá, ninguém tinha ido sair.

No dia seguinte fomos visitar tudo. Moscovo é também uma cidade brutal mas já estávamos a ficar cansados da desorganização russa. Fomos ao Kremlin e à Praça Vermelha, visitamos as ruas todas mais importantes e as Igrejas mais conhecidas. Às 11h da noite fomos embora para Helsínquia que foi, para mim, a pior cidade do norte.

(por isso não vou perder tempo a contar-vos como foi).

Um alto barcão trouxe-nos de volta a Stockholm onde passámos dois óptimos últimos dias. A Joana (da UCP) arranjou acolhimento para nós e ficámos em casa duns amigos dela da Nova. Ela fez anos na 2ª, pelo que houve um bom jantar tuga para comemorar. Stockholm é uma das melhores cidades do Norte da Europa. Moderna mas não muito industrial e bastante jovem. Fomos ao museu do Nobel (bastante fraco quando comparado com o de Oslo, só sobre o prémio da Paz), ao ex-palácio dos reis e outros sítios giros.

Uma das melhores coisas que fizemos foi passar no Ice Bar. O primeiro bar do mundo inteiramente construído em gelo, com temperatura ambiente de -5ºC. O bilhete dá direito a uma roupa de esquimó, luvas e uma bebida. Óbvio que o bar é lindo e que adorámos.

A barman adorou-me desde o momento em que eu lhe disse “This is so cool”.

P.S.: "Há um mar há solta nas areias deste mar" é de facto do mais desnexo que há.
Era como dizer "Há um azeite há solta nas alfaces deste... Azeite (supostamente era salada mas assim já fazia algum sentido"
Infelizmente, neste campo do non-sense, a nossa música ficou muito atrás dos SantaMaria.

FOTOGRAFIAS DA VIAGEM:
http://www.facebook.com/album.php?aid=130642&id=665626431&l=dd6a741d18

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

From Russia With Love (Parte I)

Olá a todos mais uma vez. Parece que finalmente vou poder contar com mais calma as minhas últimas semanas, visto que tenho duas horas de espera no aeroporto de Oslo para preencher. Começo por vos falar do meu primeiro dia em S. Petesburgo. Nesse dia, supostamente, íamos acordar cedo para planear o dia e combinámos encontrar-nos com outros Erasmus no pequeno-almoço do hotel, de manhã. O plano só não se concretizou devido a um fenómeno que acabo de baptizar como “A mãozinha anti-som do Manuel”. Mal o despertador toca, para as horas que ambos programámos no dia anterior, a mãozinha anti-som do Manuel dá-lhe uma marretada tal que ele cala-se para sempre. Graças a esse comportamento, já conhecido anteriormente, chegámos logo atrasados à nossa primeira combinação de sempre com alemães.

Aproveito agora para vos descrever como é tomar o pequeno-almoço buffet num hotel de quatro estrelas russo. Eu já vinha preparado para este evento porque em pequenino joguei várias vezes à apanhada e às escondidas. Tudo funciona assim: os empregados põem os produtos na bancada para nós levarmos para a mesa. O que se passa é que os produtos vêm em pouca quantidade e raramente são repostos. Quando nos dirigimos a um empregado eles vão sempre para o coito. Ex: Como já não havia ovos mexidos, decidi ir pedir ao cozinheiro que me fizesse uns. Dirigi-me ao senhor que se escondeu atrás do bacon e depois fugiu para as omeletes. Quase que o apanhei atrás dos ovos cozidos mas ele chegou mais rápido à cozinha e nunca mais saiu.

A seguir tivemos uma visita guiada numa camioneta com uma guia. Na Rússia, por motivos óbvios, ninguém fala Inglês na geração dos guias, pelo que a visita foi muito divertida. A primeira frase dita pela guia no microfone foi: “Welcome to St. Petesburg, European Style Niver River Peter The Great”. Essa frase foi repetida inúmeras vezes e parecia ter sempre um significado diferente. Ainda assim a visita foi óptima, deu para aprender algumas coisas e ficar com uma boa ideia da cidade.

Nos dias seguintes passeámos por ali e vimos com mais calma a maior parte das coisas importantes.

COMBOIO PARA MOSCOVO: UMA EXPERIENCIA QUE (não) É PARA TODOS

Imaginem uma viagem de comboio de 15 horas. Agora imaginem que não há bancos, só camas. Que não há portas. Que chegam à vossa cama e estão dois chineses (um de tronco nú) lá sentados a falar com as vossas vizinhas da frente, duas chinesas (e uma tem menos de 2 anos e chora à noite).

(na verdade chamar vizinhas a essas pessoas é simpático. Vou chamar-lhes antes companheiras uma vez que elas estavam perto demais para ser vizinhas.)

(Durante a noite, acordei com os pés da mãe chinesa praticamente na minha cara.)

Continuem a imaginar. Um comboio onde todas as pessoas, quando querem ir para os seus lugares, passam no corredor central, tão perto da vossa cama que não é raro levar com umas malas na cabeça/pés durante o sono.

Foi muito intenso.

As memórias do Titanic desapareceram e só não tive medo de ser roubado pelo Jamal Malik e pelo irmão porque neste comboio também não havia…

JANELAS!!!!


(continua...)

From Russia With Love (Fotografias da Parte I)

Embora desfocado, há que começar com o momento "Arroz d'Atum" no comboio Bergen - Oslo

Na árvore da Paz, Oslo
Grupo com quem estivemos em Oslo

Barco visto de cima

Eu e Manuel no Spa do barco a curti-las
Na discoteca do barco

O salão do cigarro do barco

Discoteca do barco

Banda do barco

E podia continuar a impressionar-vos com o iate mas vamos continuar...

Eu, e Tallin aos meus pés

Algumas das meninas da nossa universidade em Tallin
Os nossos companheiros de quarto
Nós com um guarda russo (reparem no sorriso unilateral-sedutor usado por este senhor - que não fala - para a fotografia).

Especialidades russas + 3 shots de vodka russo provados no museu do Vodka

Basílica de S. Petersburgo à noite


Cama no comboio para Moscovo (a máquina foi posta na cama da chinesa - não na ponta - sem zoom)

Era impossível fotografar o interior do comboio porque de nenhum sitio havia angulo suficiente para mostrar qualquer coisa.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

IRMÃOS KARVALHAZOV

Malta, sei que muitos de vocês estão a passar por um período de extrema inveja (especialmente os meus irmãos, daí o nome do post). Só para que saibam, a Rússia é um país brutal, diferente de tudo o que vi até hoje. Antes deixem-me só contar um bocado como foram estes dias.
Na 5ª feira de manhã, a Marta Uva chegou a Bergen. O Manel não sabia de nada, por isso eu fui sozinho buscá-la à estação de comboio às 6:55. Podem imaginar o que me custou sair da minha cama quente para o tempo escuro, enevoado e chuvoso que estava.
Chegamos a casa e, após recuperar o sono, chamámos o Manu que adorou a surpresa (o vídeo do momento constará, mais tarde, neste blog),
A Marta esteve em Bergen nesse dia e, 6ª à noite, apanhámos um comboio para Oslo onde íamos dormir em casa de um português, o Zé Bandeirinha. Inspirados pela salada de atum que a mãe fez no dia do meu interrail, pusemos a Srª. Uva a fazer Arroz de Atum. Foi bom ela ter vindo…
No comboio devorámos o arroz e os Srs. ao nosso lado estavam a passar-se connosco. Acho que não deve ser normal comer arroz de atum nas carruagens dos comboios. Na viagem, eu dormi muito mal, a Marta médio e o Manuel muito bem. Chegamos a Oslo, 6h da manhã, tooodos contentinhos até que alguém diz: “ Quem é que liga ao Zé?”



…….



“NÃO TROUXESTE O NUMERO DO ZÉ?!”
“EU NEM SEI QUEM É O ZÉ!!!”
“TU ÉS UM IRRESPONSÁVEL, SÃO 6H DA MANHÃ, … (/&$%#”%&/()(&%&%#$%&/(“
É nestas alturas que se vê que as miúdas são mesmo umas chatas. Ficamos sempre sem saber se os Arrozes de Atum compensam.
Tentámos por tudo descobrir o número, mas como não conseguimos, fomos dormir a um Hostel. À tarde, lá conseguimos encontrá-los (ele estava com a Catarina Poppe, também da UCP, em Erasmus) e a partir daí foi tranquilo. O Zé foi impecável, foi giro estar num grupo Tuga outra vez e apanhámos uns dias de Sol.
Na 2ª, a Marta foi para casa e nós para Estocolmo. Lá apanhámos o barco para chegar ao nosso primeiro destino da viagem – Tallin, na Estónia.
O BARCO ERA BRUTAL. BRUTAL MESMO. EPIC.
8 andares, 4 ou 5 restaurantes, bares, salão do cigarro, cabaret, sala dos videojogos, discoteca, sauna, piscina, etc. Senti-me ridículo por pensar no Titanic quando faço o Ferrie de Setubal para Troia, no Verão. Isto sim era o Titanic. As escadas do barco… Com uma inundaçãozinha ficavam iguais! Só faltavam os violinistas.
Claro que nos divertimos imenso, partilhámos uma cabine de 4 com 2 italianos porreiros e fomos todos bezanos para a night (as bebidas eram baratas…).
De manhã, acordámos em Tallin e fizemo-nos à estrada. Estivemos lá um dia mas a cidade é pequena. A arquitectura é diferente, já um bocado a puxar para o estilo russo. Há mais para falar de Tallin mas, como estou com pouco tempo, vamos já para o que interessa. Ao fim da tarde partimos para a Russia e, eu e o Manu, quase íamos ficando para o resto das nossas vidas na Estonia. Felizmente o autocarro demorou mais 2min a sair.
Os segundos passaram…
Os minutos passaram…
E Nunca mais chegávamos. Passámos no controlo bem apertado da fronteira e, finalmente chegámos ao sitio donde vos escrevo hoje: S. Petesburgo.

g

A cidade é linda! Lindo! Só palácios, Igrejas e construção imperial. Estou impressionado com a grandeza disto tudo. Hoje já visitei várias coisas, entre as quais o museu do Vodka, que envolvia umas provas que me deixaram alegre o dia todo. Acabo agora de apanhar boleia com um desconhecido do Urzebequistão que me deixou no hotel.
A internet é lenta, cara e cheia de problemas. È difícil entrar em detalhes e personalizar as novidades em Skype ou mails. Estou ansioso por falar com todos e mostrar fotografias mas por agora teremos de nos contentar com isto!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

OS MEUS PAIS


Esta semana estiveram cá os meus pais
Não os via há muito mas eles estão iguais
A mãe esqueceu-se cá dos postais
O pai tentou falar com todos os locais


Houve sol e céu azul, foram dias anormais
Vimos os Fiodes de barco pelos canais
As paisagens do comboio eram brutais
Em Oslo houve bué momentos culturais


Nos restaurantes o preço era alto demais
Ainda assim provámos pratos tradicionais
Quando as contas chegavam, eram fatais
E o pai pensava "Há aqui zeros a mais..."


Houve desentendimentos muito normais
Mas no geral foram dias muito legais
Em minha casa há ideias que são universais

como por exemplo...

"A Ana e o Zé são o casal dos casais"